Conselho Deliberativo não foi feito para deliberar?

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Amigos vascaínos,

Conforme o dicionário “Priberam” (imagem anexa), o significado de “Deliberar” pode ser entendido como um ato pensado, discutido, ponderado, e que, ao final, se produz uma decisão, fruto dessa ponderação.

Um “Conselho Deliberativo”, portanto, pela própria acepção da palavra, tem essa função. Portanto, para que serve um Conselho Deliberativo que não delibera?

Hoje está circulando nas redes sociais um texto relatando fatos ocorridos na reunião de ontem (04/07/2017) do Conselho Deliberativo do Vasco. Os fatos narrados são tão graves que me motivaram a escrever este artigo.

Antes de mais nada é preciso se esclarecer alguns pontos. O primeiro é que o autor deste artigo não estava presente no local. Tudo o que for escrito aqui é, portanto, baseado em informações coletadas. O segundo ponto é que também se buscou confirmações dos fatos narrados com conselheiros presentes no local, tanto de situação, como de oposição, de modo a embasar o que está sendo descrito aqui e tentar, o máximo possível, se basear em fatos.

A noite de ontem, que era apenas para ser um ato formal de votação de pautas cotidianas, acabou se tornando especial para o clube como um todo e para todos os sócios e torcedores. E porque isso? Porque a pauta principal era a aprovação de alguns títulos de benemerência para nomes aprovados pelo Conselho de Beneméritos do clube. Para não nos alongarmos em explicações detalhadas, e resumindo o procedimento, um título de Emérito, por exemplo, é dado a partir de uma indicação, passando por uma avaliação pelo Conselho de Beneméritos onde, havendo parecer favorável, encaminha-se o nome para votação no Conselho Deliberativo (esta votação é individual, feita nome a nome proposto).

Na votação da noite de ontem, a oposição havia detectado uma série de problemas e, objetivando dar lume a eles, tentou um pedido de ordem. Segundo relatos de conselheiros com quem conversei (e repito, tanto de situação, como oposição), foi solicitado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Luiz Manoel Rebelo Fernandes, qual artigo do Estatuto sustentaria esse pedido. Neste ponto houve divergências sobre se foi dado ou não o artigo ao Presidente, mas o fato é que não foi deferido o pedido de Ordem (havia 3 documentos protocolados alertando os erros, segundo fontes) e a sessão seguiu para votação.

Cabe aqui uma reflexão: O nosso presidente do Conselho Deliberativo é uma pessoa qualificada. Foi Secretário Executivo do Ministério dos Esportes, é formado em Relações Internacionais pela Universidade de Georgetown (EUA) e também Mestre e Doutor em Ciências Políticas pelo IUPERJ. Uma pessoa com toda essa qualificação, presidindo um Conselho Deliberativo de uma Instituição Centenária como a nossa, onde decisões são tomadas que afetam a vida não apenas dos associados, como também dos torcedores, é no mínimo surreal não ter dado voz a denúncias de irregularidades, mesmo acreditando se tratar apenas de um pretenso ato político (SIC). O mínimo que poderíamos esperar era ter dado voz a essas denúncias, até para se garantir total lisura do procedimento. Confesso que não consigo entender as motivações dessa decisão.

O fato é que a sessão deu prosseguimento e os nomes foram votados, sendo um deles muito controverso e bem discutido entre os sócios do Vasco, pois trata-se de um flamenguista declarado (nas redes sociais é frequente seus ataques provocativos e zoações ao Vasco) e que, além de ter recebido o título de Emérito, ainda é profissional contratado pelo Vasco no Departamento Infanto-Juvenil!!!! Isso é um acinte contra os sócios do clube! Tanto é verdade que, ao conversar com um Conselheiro da Situação, este me confidenciou que votou contra e diversos companheiros dele também o fizeram! A vergonha foi tanta que a frase que mais me marcou durante a conversa com ele foi: “Se eu votasse a favor do título de Emérito a esse cidadão, eu não teria coragem hoje de olhar nos olhos de minha filha“. Segundo esse conselheiro ainda, esse título não foi proposto pelo Eurico. Mas, sendo verdade isso, e não tenho razões para duvidar disso, essa questão está na mídia há muito tempo (pelo menos desde dezembro). Porque o Eurico não se posicionou nisso? Não é crível que nem o Eurico, e nem os conselheiros que votaram a favor estivessem sem saber disso! Você, amigo leitor, daria um título de Emérito do clube para uma pessoa que zomba do Vasco constantemente na internet? Mais ainda: daria um cargo de confiança a ele justamente na formação da base do clube, onde as crianças aprendem a amar a instituição? Que conversas ele tem com essas crianças para motivá-las a amar a instituição vascaína, sendo ele flamenguista declarado?

Convém também alertar ao leitor que Sócios Eméritos não precisam mais pagar mensalidades ao clube. Este detalhe pode parecer pequeno, mas não é…

Continuando, após a votação os títulos, a sessão continuou e havia 6 inscritos para a pauta de “assuntos gerais”, onde esses problemas teriam a possibilidade de serem expostos novamente. Segundo fontes da situação também, temendo que a pauta se tornasse meramente discussões políticas, o Presidente do Conselho recomendou que essa parte da pauta fosse suprimida, sendo severamente contestado pelo conselheiro e candidato Otto de Carvalho. Daí se seguiu a discussão e a sessão foi encerrada por decisão monocrática do Presidente. No relato abaixo coletado nas redes sociais há detalhes dessas discussões. Segundo minhas fontes, todos confirmaram os relatos, havendo apenas divergência sobre o bate-boca entre Eurico e Otto.

Tendo em vista tudo o que foi escrito acima, e abstraindo-se aí o contexto político do clube, seja situação ou oposição, voltamos ao título deste artigo: Conselho Deliberativo não foi feito para deliberar? De que serve um poder instituído de um clube se a função precípua desse poder não está sendo cumprida? Qual será a atitude que os dirigentes do Vasco irão tomar diante dessas graves acusações que estão sendo feitas pelos grupos de oposição e sendo expostas nas redes sociais vascaínas?

O Vasco precisa ser revisto, repensado. Hoje temos em nosso clube algo que não deveria nunca fazer parte de nossa história, que é o acirramento de ânimos entre grupos políticos. Oras, somos todos vascaínos!!! Não é possível que não haja diálogo entre dois vascaínos apenas porque um apoia o Eurico e outro não! Isso é inadmissível! Esse diálogo tem que ser retomado e as arestas precisam ser lapidadas!!! Não dá para se aprovar questões importantes para o clube sem o devido diálogo e o esgotamento da exposição de todas as divergências, para só então se votar! O Vasco nasceu sendo um clube de inclusão, de respeito ao contraditório e essencialmente democrático! Onde foram parar esses valores?

Independente de você, leitor, ser a favor de Fulano ou Beltrano, de grupo A, B ou C, ou ter ideologia tal ou qual, lembre-se que você é vascaíno! Vascaíno não torce pelo Vasco apenas pelos títulos do passado! Vascaíno de verdade age e defende os valores centenários de nossa instituição! Esqueça nomes, candidatos e dirigentes do Vasco! Pergunte a si mesmo: Que valores você defende? Que valores vascaínos você quer que seus filhos tenham?

Saudações Vascaínas

André Pedro

 

Segue reprodução do texto que está circulando nas redes sociais. Tive conhecimento que há outras versões. Peço desculpas antecipadas se houver alguma divergência da versão que o leitor tiver conhecimento.

Reunião Conselho Deliberativo do Vasco – Sede Náutica da Lagoa -Dia 04/07/2017

Sem a presença do Horta, em nova reunião para aprovação de sócios eméritos e Beneméritos, Luis Manoel abriu a sessão sem dar possibilidade para que o mulambo fosse denunciado para aqueles velhinhos alheios à tudo.

Muitos conselheiros da Situação, alheios à tudo, desconheciam o fato de o Eurico ter indicado um sócio Emérito flamenguista.
Assim começou a votação e todos foram aprovados como era de se esperar.

Ao final, havia ainda os “assuntos gerais” previstos na convocação. Mas com um discurso pilantra de não deixar os ânimos de acirrarem com antecipação de debates eleitorais e a fim de manter a cordialidade, o Luis Manoel quis encerrar a reunião sem os “assuntos gerais”.

Neste momento o Otto começou a falar alto, contrário a decisão. Ficou em pé e o Luis Manoel começou a berrar, apelando para o rito na tentativa de calar o Otto.

Otto prosseguiu e Luis Manoel se levantou. Começaram a berrar um com outro. Sem argumentos, Luis Manoel mandava o Otto se sentar aos berros e dizendo não ter lhe dado a palavra. Otto prosseguia criticando a atitude ditatorial do Luis Manoel.

Todos os conselheiros se aproximaram da mesa para ver a briga de perto. Luis Manoel encerrou a reunião. Eurico puxou o Casaca, mas a briga prosseguiu. Eurico se levantou e foi pra cima do Otto aos berros. Ficaram frente a frente gritando um com o outro.

Mourão se aproximou da mesa gritando com o Otto. Eurico viu Nélson Medrado Dias próximo à mesa e berrou repetidas vezes: “Voce não vai me foder, não. Você não vai me foder”.

Euriquinho se aproximou da mesa, mas surpreendentemente ou propositalmente mostrava-se calmo.

Um conselheiro micróbio, pertencente ao Casaca, começou a berrar com Otto, mas Otto continuou direcionando sua revolta ao Luis Manoel, chamando-o de ditador do partido comunista.

Antonio Porfiro entrou na briga chamando Otto de traidor. Dizendo ter sido traído pelo Otto. Gritando que ele (Porfiro) havia indicado Otto para a presidência do CF.

Do lado de fora as organizadas gritavam palavras de ordem. A PM estava no local.

Enquanto isso, a confusão seguia no salão, com o Micróbio Casaquista chamando o Otto de traidor. Otto se recusava a discutir com o projeto de bactéria Casaquista dizendo apenas: “você é novato”, um elogio para um sujeito com 3 entradas pra careca.

Ao final, a turma do deixa disso apartou. A descida foi tensa. Euriquinho passou rápido pelas escadas repetindo: “deixa eu descer para que este cara não tome um pau”. Parecia um discurso oportunista se apaziguador.

Já na saída, a calçada estava ocupada por membros de organizadas que nos encaravam. O grupo se reuniu na calçada entre o portão e os membros das organizadas que nos cercavam e seguiu junto.

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