Decidir por vencer já!

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Na segunda vitória seguida do time do Vasco nesse atual certame
brasileiro, não se pode afirmar que não houve evolução com relação
àquilo que, bem a pouco tempo, estávamos acostumados a presenciar. Se
ainda falta qualidade em certos setores do time, ao menos temos,
notoriamente, um time bem mais organizado do que outrora com o
ex-treinador. No entanto e tal conforme já descrito em texto anterior, a
entrada de Juninho no time divide com Dorival os méritos dessa melhora
significativa, mas com o sentimento de que ainda falta muito o que
melhorar, embora saibamos que, ao menos, possuímos um rumo agora, coisa
que anteriormente nem possuíamos.

Com a ausência de maior qualificação técnica ao time, defendo a formação
de uma equipe guerreira, com bravura para conseguir os resultados
aliado ao mínimo de organização tática. É dessa forma que já vimos
equipes até bem piores do que a nossa obter bons resultados. Pautando-se
sobre tais argumentos, sigo a me questionar o que ainda faz jogadores
como Pedro Ken e Éder Luís serem titulares de nosso time. Ainda que seja
um dos defensores da volta de Dorival Júnior ao Vasco e a ele atribua
metade dos méritos dessa tentativa de ressurgimento, é estranho que
jogadores que foram relativamente bem em boa parte do ano e no meio da
mediocridade no qual o time se encontrava não tenham tido maiores
chances sob seu comando. Por exemplo, Dackson que, ao meu ver, o pouco
que fez durante o ano, até então, já o credencia bem mais a uma vaga no
time do que Pedro Ken, fraco, sem "sangue" e nada inspirado.

No caso de Éder Luís, em especial, vale a reflexão sobre o que esse moço
quer, finalmente, de sua carreira profissional. Não possui mais a
explosão ofensiva no qual possuía até o final de 2011 (sendo bem
generoso com seu lado atlético), não consegue dar prosseguimento a uma
jogada sequer, procura sempre os piores caminhos em campo e, na maioria
das vezes, erra nas decisões entre chutar a gol, dar um passe ou,
simplesmente, uma "deixadinha" de bola.

Reflexão semelhante cabe a Fellipe Bastos que, mesmo sem ser titular
nesse time hoje, é de fato estarrecedor o quanto consegue ser
displicente e presunçoso quando está em campo, não justificando de forma
alguma sua aparente raiva após o gol de falta (algo que ainda faz vez
ou outra) marcado perante o Internacional, há cerca de um mês atrás.
Enquadra-se hoje, ao lado dos dois outros citados, nos exemplos do que o
Vasco menos precisa para fazer seu time "rodar" com bravura, aliado ao
mínimo de qualidade que ainda tem e à organização tática que, aos
poucos, Dorival dá a um conjunto (?!) outrora desacreditado.

Entretanto, angustia o fato da dependência do time sobre Juninho. Por
mais que saibamos de sua qualidade técnica e representação fidefigna do
sentimento de resgate da autoestima e da autoconfiança a esse grupo, era
notório que sua idade avançada seria um empecilho para que pudesse
jogar todas as partidas, sendo poupado em algumas, tal como será nesse
prélio de logo mais perante o Goiás. É bom que se lembre que o atual
elenco vascaíno, se não é mais para cair para a segunda divisão, também
não é para disputar nada mais do que uma vaga na zona da Copa
Sulamericana em 2014. Mas será que esse pensamento conformista de tão
somente evitar o segundo rebaixamento em nossa história é suficiente
para nós?

E é sobre esse fato que reside, nesse momento, minha principal crítica.
Em que pese o processo de eterna reconstrução no qual nós, vascaínos, já
nos acostumamos a acompanhar, o Vasco precisa avançar mais e repor o
tempo perdido. Apresentar resultados satisfatórios e que demonstrem que,
ao menos, os horizontes tendem a clarear mais no futebol, já preparando
um "salto de qualidade" ainda nesse campeonato, e não mais postergando
as devidas melhorias para o ano seguinte. É esse o discurso que a
torcida não mais aguenta: o por quê do eterno conformismo em nos
preparar somente para o amanhã se podemos buscar a felicidade agora? O
por quê não empreender esforços e buscar, desde já, a possibilidade de
chegar-se à principal competição sulamericana – Libertadores – ao menos,
já para 2014 e não para 2015? Pensando, dessa forma, na maior exposição
de sua marca ao exterior e, com isso, em maiores receitas tanto de TV
como de publicidade.

Portanto, para que o real desejo de todo vascaíno seja satisfeito, é
necessário insistir no assunto a respeito dos ajustes providenciais.
Juninho não atuará em todo jogo, então, precisamos urgentemente de um
substituto à altura. Rodriguinho, do América-MG, poderia ser um bom nome
e que faz tempo merece maior observação por parte de equipes grandes
como o Vasco. Com o retorno de Fágner, falta consertar o lado-esquerdo
da linha defensiva fornada por quatro homens. Yotún não me parece ser a
melhor opção, tampouco Henrique, ainda muito "verde" para atuar entre os
profissionais. A considerar a carência de bons nomes para essa posição
no futebol brasileiro, Juan surge como uma opção interessante de
resgate. Por sinal, mais um. E considerando que o Vasco é um clube que
tem enraizado em sua história a capacidade de resgatar valores, poderia
ser uma opção interessante.

No setor defensivo, caberia mais um zagueiro para compor a zaga com o
promissor Rafael Vaz, esse que tem se demonstrado uma grata surpresa.
Lúcio (que o Vasco tentou contratar em meados do ano passado) poderia
ser o nome de peso e com a experiência que precisamos. Mas ainda que
esteja em litígio com o São Paulo, só valeria a contratação se ainda
pudesse atuar nesse campeonato, ou seja, se tivesse menos do que sete
jogos podendo, assim, atuar em outro clube. Do restante do grupo, Nei,
Renato Silva, Jomar, Luan, Sandro Silva, Guiñazu, Abuda, Wendel, Felipe
Soutto, Montoya (tão logo esteja regularizado, se é que ainda poderá
atuar nesse campeonato), Dackson, Marlone, Fábio Lima, André, Tenório e
Willen podem compor uma base sólida para sustentar a "briga" pela
disputa de posições mais dignas e mais perto do que é condizente para
Vasco.

O fator goleiro

Em 1992, eu presenciei naquele campeonato brasileiro o Vasco perder a
oportunidade de ir para a final em sucessivas falhas do goleiro Régis. E
tudo porque Carlos Germano, o melhor disparado de todos que tínhamos no
elenco, ainda era considerado imaturo para tanto, mas que foi
justamente a solução tão logo o campeonato terminou e foi com ele que
ficamos até o final daquela gloriosa década como titular.

Hoje, Diogo Silva tem tido suas oportunidades, na minha opinião, com
justiça e levando-se em conta de que eu fui um dos torcedores dentre
muitos a pedir-lhe uma oportunidade, tal a ineficiência de seus
concorrentes diretos Alessandro e Michel Alves. Contudo, por mais que
seja sob o meu ponto de vista o melhor disparado dentre os três,
confesso-lhes que ainda não considero a ele como o goleiro que tanto
sonho em ver na titularidade de nossa meta.

Na tentativa fracassada de repatriar o excelente Hélton ainda esse ano, a
diretoria do Vasco tem dois caminhos a seguir: ou vai em busca de um
goleiro no mercado interno dado o fechamento da "janela de
transferências internacionais" ou arrisca-se a ficar com tais que já
possuímos. Fazendo uma analogia com o ano de 1992 e a considerar a
hipótese de Diogo Silva continuar falhando tal como nas últimas duas
partidas -em que apesar de suas falhas vencemos os jogos – a opção mais
coerente para Dorival passaria a ser o jovem Jordi, e não no retrocesso
de se apostar novamente em dois que já demonstraram que passam bem longe
de serem as soluções para o nosso gol.

Sem dúvida alguma, Jordi tem qualidade e ainda poderá ser nosso futuro
camisa número um em campo. Se contra ele, no momento, pesa a
imaturidade, ao seu favor tem seu belo desempenho defendendo no time de
juniores. A questão de momento somente é: dar-lhe uma chance em caso de
Diogo não corresponder ou ainda recorrer ao mercado, no que nos restou
na série A ou até mesmo observando a série B?

"Fluxemburgo" abre horizontes

Afora a questão ideológica que, por razões de suas próprias trajetórias
de conduta, considere que Flunimed e Luxemburgo têm MUITA coisa em
comum, considero que não poderia haver algo tão benéfico para o Vasco a
sua chegada às Laranjeiras.

Como todos já sabem, quem manda lá para "aquelas bandas" é quem tem
dinheiro, no caso, Celso Barros, homem de negócios responsável por
empreender o dinheiro de patrocínio de sua empresa no resgate de um
clube que já estava quase fechando as portas ao final da década de 1990.
Sua imposição por esse nome choca-se em cheio com as vontades de Peter
Siensem e de Rodrigo Caetano em ter outro treinador a comandar o clube.

E é sobre esse último que os interesses do Vasco (bem como de grande
parte da torcida) vêm de encontro com (mais uma) frustração desse
profissional. Para quem conhece de futebol, Rodrigo Caetano possui muito
menos visibilidade no clube da empresa do plano de saúde do que possuía
no Vasco, além de não possuir a mesma liberdade para moldar o futebol à
sua feição. Com seu contrato se encerrando ao final desse ano e
unindo-se as suas veladas frustrações à vontade do Vasco através de seu
"Presidente de fato", Cristiano Koehler, em tê-lo de volta à São
Januário, não é nenhum devaneio considerarmos tal reconciliação a partir
de janeiro de 2014. Em minha opinião, para o nosso bem, pois além de
competente, tornou-se vascaíno por conviver durante três anos de perto
com nosso clube e nossa belíssima história.

O tempo se encarregará de elucidar essa "equação"…

Papo Vascaíno

Depois de tempos arquitetando a ideia, gostaria de informar-lhes que
minha intenção, finalmente, fora satisfeita e que o programa "Papo
Vascaíno" já encontra-se no ar! Iniciamos no domingo passado esse
projeto, no qual sou coordenador e apresentador, que conta com apoio
total do companheiro Márcio Santos e de boa parte dos membros de sua
equipe do "Só Dá Vasco": eu, inclusive, ao lado de Carlos Gregório
Júnior, Carol Canoa, Daniel Freitas, Eduardo Canellas, José Carlos
Prata, Júlio César Teixeira e Matheus Alves. Compondo essa equipe bem
eclética sob o ponto de vista de origens e regiões do Brasil, temos como
componentes, também, Mauro Segadas (do Blog da Colina), Rafaela
Fernandes (do site Vascalindas) e Henderson Dourado (ex-colaborador do
SuperVasco e morador de Vila Velha, Espírito Santo), além de Raimundo
Almeida, do grupo voluntário pelo projeto de Revitalização do entorno de
São Januário.

A cada semana, estaremos sorteando um ouvinte ou leitor do SuperVasco (a
quem, desde já, agradeço pela parceria, pelo apoio e pela divulgação do
trabalho) para participar conosco, utilizando o recurso Hangout
oferecido pela mídia social Google+. Para quem quiser se habilitar,
inclusive, a fazer parte desse projeto, os e-mails para contato são
programasodavasco@gmail.com e superpapovascaino@gmail.com, Desde já,
agradecemos pela bela audiência em nosso programa de estreia, bem como
ao apoio de todos: dos ouvintes em especial, da equipe Só Dá Vasco e
SuperVasco, através de Elisvaldo Coelho (dono) e Jéssica Corais (gestora
de conteúdo) !

"Toques finais"

1º) No Vasco, só se pode contar com algo depois de assinado. Antes, é
especulação somente e muitas vezes "dá zebra". No caso das certidões, é
estranha tamanha morosidade para se obter, já que o acordo fora feito
segundo a diretoria administrativa do clube. Uma coisa, no entanto, é
certa: se o Vasco tivesse um mínimo de representatividade (ausente há
tanto tempo nos bastidores do futebol), já estaria com os documentos em
mãos e os patrocínios selados. Enquanto o Vasco não tratar a sério essa
questão, passaremos por diificuldades iguais ou ainda piores do que
essas.

2º) Agora, o SuperVasco conta com seu mais novo atrativo: trata-se de
sua rede social SuperVascaínos, a fim de aproximar ainda mais os laços
entre colaboradores e leitores desse grande projeto! Meu perfil está
hospedado em www.supervascainos.com/crismariottirj e basta adicionar-me! Parabéns a todo o grupo por mais essa iniciativa vitoriosa!

Cristiano Mariotti

cris.mariotti@crvasco.com

Twitter: @crismariottirj

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