O aluno que despreza suas chances!

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Durante o programa Papo Vascaíno, que foi ao ar nesse último domingo às 20h, o companheiro Júlio César Teixeira (com muita felicidade) classificou o Vasco como aquele mau aluno, que tem tudo ao seu favor para garantir seu grau e passar de ano mas que, de última hora, põe tudo a perder, desprezando a oportunidade, realizando a prova de qualquer jeito ou sequer comparecendo para realizá-la.

Analisando sua colocação e contextualizando, essa foi a mesma sensação que senti desse time do Vasco após o jogo do último domingo. Em uma rodada plenamente favorável, onde TODOS seus concorrentes mais diretos ao descenso perderam pontos em suas partidas, o Vasco não se furtou a querer ser igual e assim fez também. Desperdiçou a chance de vitória perante um adversário limitadíssimo (cujo camisa dez é o Morais, aquele mesmo que era "craque" em um time que se orgulhou de ter sido DÉCIMO-SEGUNDO COLOCADO em 2005 e que abandonou a nau antes da mesma afundar em 2008, supostamente, por medo da torcida) e que já havia perdido para os demais cariocas em seu estádio nesse atual certame. O Vasco, no entanto, foi a exceção.

A derrota nesse último domingo começa a ser justificada, como em boa parte das derrotas nesse campeonato, no ato da divulgação do time que começaria o jogo, tal como aquele mesmo aluno rebelde que se furta a estudar para uma prova, mesmo sendo das mais fáceis e sabendo do grau que precisa tirar. Com todos os problemas extracampo, é INADMISSÍVEL ter Rafael Vaz na reserva quando esse time possui como zagueiros titulares Cris e Renato Silva, esse último parado faz mais de dois meses. Também chega a ser ESTARRECEDOR a manutenção de Jhon Cley e Francismar em um time que, dentre os poucos valores individuais que realmente produzem algo de diferente, possui Willie como seus reservas. Evidentemente, algo está errado, mas SÓ o treinador tem o poder para mudar.

Entretanto e tal como na maioria dos jogos em que vem comandado o Vasco, Dorival Júnior segue suas "convicções", errando (muito mais nesse momento) do que acertando. Por elas, é capaz de "jogar no lixo" os 1º tempos de grande parte das partidas e consertar as coisas nos 2º tempos, tendo que tirar um prejuízo muitas vezes. Prejuízo esse que seu time, por falta de qualidade técnica e de preparo físico ideal, não vêm conseguido contornar. De todos os cariocas, o Vasco é o ÚNICO que ainda não virou uma só partida nesse campeonato.

A Matemática do destino

Antes de falar em contas, confesso-lhes que de NADA vale perspectivar resultados se o discurso não for convertido em ações práticas. O Vasco, bem como sua torcida, virou o clube dos discursos pomposos e das poucas ações produtivas. Faltam dez rodadas e, hoje, ainda estamos no Z4. A situação é ainda mais complicada, levando-se em consideração que, para chegar aos 47 pontos, o Vasco precisará de um aproveitamento de 50%, algo utópico para quem possui um triste aproveitamento de somente pouco mais de 29% nesse returno.

O time jogará em casa contra Goiás (8º), Coritiba (16º), Santos (9º), Cruzeiro (1º e "virtual campeão") e Náutico (20º e "virtual rebaixado"); um clássico regional contra o Botafogo (2º); e fora contra Ponte Preta (19º e outro "virtual rebaixado"), Grêmio (3º), Corínthians (11º) e Atlético-PR (4º). Considerando a pontuação do turno contra esse mesmo grupo, o Vasco fez somente 11 pontos, que adicionado aos seus 32 dão um máximo de 43 pontos. Ou seja: a condição para que o Vasco permaneça na Série A para o próximo ano é SUPERAR seus limites para fazer, pelo menos, mais 4 pontos além do que fizera no primeiro turno contra esses mesmos. Considerando, ainda, que o time jogará contra os quatro primeiros colocados, sendo dois desses confrontos fora de casa e um clássico regional.

São nesses momentos que lamentamos MUITO a falta que estão fazendo os pontos deixados de serem conquistados perante a Ponte Preta em casa no primeiro turno, perante o Vitória-BA também em casa, e perante outros adversários menos qualificados e adversários diretos nessa disputa, tais como São Paulo em casa e o próprio Criciúma, mesmo fora, tal como nesse último domingo.

Portanto, o desafio está lançado: ou se supera agora com comprometimento e com seriedade contra até mesmo o próprio ambiente hostil que é, ao que parece, a eterna briga política do clube, ou então nos preparemos para jornadas no Frasqueirão, na Ressacada e em outros diferentes campos do Morumbi e do Mineirão, por exemplo, em 2014. Qual será o destino que o Vasco reserva para nós?`

As denúncias políticas

Não gostaria de entrar no mérito se há ou não o chamado "mensalão" no Vasco em busca de votos para as eleições em 2014. Mesmo porque não tenho como provar e apenas acompanho às informações que me passam sobre o dia-a-dia dos bastidores vascaínos e o noticiário do clube, cujo assunto foi compilado e apresentado em ótima matéria muito contundente e escrita pelo jornalista Raphael Zarko.

Infelizmente, no entanto, e independentemente de se comprovar ou não a existência desse suposto esquema de "compra de votos", o Vasco há tempos não é mais àquela instituição que orgulhava seus conselheiros e seus torcedores pela lisura e por respeito a si mesmo e à sua própria história. Há tempos que são suspeitas de "mortos aptos a votar", "pagamento de mensalidades atrasadas em troca do voto" entre outras coisas de baixo nível que ENVERGONHAM a nós. Vale tudo, supostamente, para se chegar ao poder, mesmo que seja imoral ou antiético.

E nesse nível, como podemos cobrar de funcionários, jogadores, profissionais de uma forma geral respeito se nem mesmo as pessoas que deveriam demonstrar dignidade e moral assim não fazem? Há tempos que o Vasco é desrespeitado, tem sua história de lutas e combates relegada, mas é uma degradação que não se inicia de fora para dentro. O Vasco, simplesmente, ainda sobrevive por sua torcida em primeiro lugar, que ainda ostenta a imagem de um clube mais do que centenário, altaneiro, pioneiro das grandes causas e digno de respeito por parte de seus oponentes. Ostenta, simplesmente e de forma MUITO triste, a imagem de um clube que deixou de existir faz tempo, e o restante que vem ocorrendo com relação ao descrédito de seus adversários que se reflete dentro de campo e nos bastidores do esporte é somente consequência.

Esperar o que, no entanto, de uma instituição que serviu de "palanque eleitoral" e de "plataforma" para muitos almejarem aos cargos políticos públicos durante as últimas décadas? Infelizmente tudo isso, além de vergonhoso, "explode" num momento em que a tranquilidade deveria pairar para que o foco único fosse o de não cair, novamente, para a segunda divisão. Ou seja: tal como em 2008, repetimos a mesma fórmula do fracasso, e ainda assim, na esperança de que o resultado seja diferente.

A reforma estatutária

Uma das propostas que eu faria como sócio do clube que sou para o novo estatuto seria a PROIBIÇÃO de acumulação de cargo por parte do Presidente, ou de qualquer um que ocupe um cargo eletivo no clube, com um cargo político tais como vereador, deputado, senador e outros. Não evitaria de que um membro da diretoria do clube fizesse campanha eleitoral pública ou utilizasse seu posto dentro do clube em favor de sua própria campanha, mas ao menos obrigaria, uma vez que eleito, a optar entre ficar no Vasco ou a renunciar ao seu posto para assumir outro cargo político fora do Vasco.

Outra proposta seria a extensão para TRÊS ANOS, ao menos, de contribuição em sua vida associativa para o clube como condição de direito a voto, e de SEIS ANOS para se candidatar ao Conselho Deliberativo e aos cargos de Presidente e Vice-Presidentes. Tal medida tornaria um suposto "mensalão" MUITO mais difícil, haja vista a triplicação da quantia supostamente investida em pagamentos de mensalidades relativo a um grupo de sócios.

E mais: a OBRIGATORIEDADE estatutária de, ao menos, UMA REUNIÃO DO CONSELHO DELIBERATIVO POR MÊS, a fim de se dar abertura política para se discutir os tantos problemas que o clube possui, além de não se correr o risco de o CD do clube ficar meses e mais meses sem uma única reunião, tal como foi um dos lamentáveis marcos do atual conselho eleito sob a Presidência de Abílio Borges. Entre outras propostas que, aos poucos, serão pontuadas e

m meus textos futuros.

Homenagem

Gostaria de deixar registrado os agradecimentos pelos parabéns que recebi durante o dia de ontem pelo Dia dos Professores, além de registrar meus sinceros parabéns a todos que exercem essa profissão tão árdua (porém, gratificante) nos dias atuais! Muito Obrigado e felicidades a todos!

"Toques finais"

1º) Qual será a punição (se é que haverá) que o Atlético-MG, Cruzeiro, Corínthians e SÃO PAULO (clube do coração do Presidente da CBF) sofrerão após os incidentes semelhantes aos que levaram à punição de Corínthians e Vasco nesse atual certame?

2º) Para o Vasco, o empurrão sofrido dentro da área por Marlone e que poderia ter mudado a história do jogo não é considerado pênalti pela arbitragem. A mesma regra não se aplica ao "Timão", tal como fora no Campeonato Brasileiro de 2010. O vídeo para relembrar segue adiante. Comparem com o lance do Marlone (de MUITO maior gravidade, já que o empurrão sobre o jogador foi flagrante) e tirem suas conclusões.

www.youtube.com/embed/2miE9s2-irE

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