O utópico dever dos cem por cento no "torneio da morte"!

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Parece que nesse momento está muito claro para todos que o Vasco dá seus últimos suspiros tentando evitar àquilo que fora alertado faz tempo. Sinceramente, não há muito mais o que fazer, senão conforme lhes escrevi na semana anterior, ter FÉ para que, em três jogos, o time de futebol consiga fazer algo que não conseguiu fazer durante todo o campeonato: três vitórias seguidas, nove pontos para tirar o "paciente" dos "aparelhos" no qual respira. Missão impossível? No futebol, esse termo é MUITO perigoso, pois somente esse esporte é capaz de proporcionar surpresas. Pode acontecer, mas o problema é: quem acredita? Será que os próprios jogadores e dirigentes vascaínos são capazes de acreditar que isso é possível?

A torcida, ao que parece, é  ÚNICA que ainda crê em algo. Mesmo que seja de forma minoritária, e ainda assim, o MENOS representa o MUITO. A julgar pelas longas filas já nessa manhã nos arredores de São Januário para comprar os ingressos para o confronto, nada menos contra o campeão brasileiro do corrente certame, é  possível perceber uma certa dose de otimismo, muito mais pelo fator SER VASCO do que pela racionalidade.

É óbvio que, ainda que venham com um time misto ou até mesmo com os reservas para o jogo do próximo sábado no Maracanã, o time do Cruzeiro é MUITO superior ao do Vasco. Do tipo que se jogar para valer atropela sem direito a dó nem piedade. Sim, o mesmo Cruzeiro de Fábio (saiu praticamente de graça numa "troca de fachada" por Alex Dias em 2005), de Dedé (se não fosse negociado por nós esse ano ninguém receberia um centavo sequer no clube naquele momento, tamanho o caos financeiro), de Nílton (em outra "troca de fachada", saiu em "acordo de cavalheiros por Sandro Silva, Thiaguinho e Pedro Ken – a "quem" pedimos sua liberação em troca de outro "refugo" que poderia chegar em 2014, o que para nós, acabou sendo bom negócio nesse momento). O mesmo Cruzeiro que trouxe Diego Souza de volta da Arábia Saudita, no qual o Vasco liberou, não recebeu até hoje e, quando voltou, pegou o avião e desembarcou em BH. Do técnico Marcelo de Oliveira, que foi culpado por perder seis partidas seguidas sem ter visto, em dois meses, a cor do dinheiro quando esteve em São Januário.

Pois é esse nosso primeiro adversário do total de três nesse "torneio da morte". Dando um primeiro passo – muito mais pela crença nos meandros tortos que o futebol proporciona e na FÉ (mais uma vez, ela!) de que o adversário celeste poderá não dar tudo de si uma vez que já é o campeão – os demais são contra o lanterna e PIOR time disparado do campeonato (se não vencer e eu NÃO duvido que mais essa "bizarrice" possa ocorrer, é porque realmente merece MUITO essa queda!) e o clube mais bem planejou no ano, que para nós representa uma incógnita nesse presente. Pois não sabemos se estaremos jogando contra o "Furacão" classificado à Libertadores e com o desejo de ajudar a derrubar seu arquirrival para a segunda divisão, ou contra um time ainda ávido por garantir sua vaga na Libertadores. Em resumo: um mini-torneio que temos como ÚNICA certeza que paira, agora, ser recheado de incertezas.

Como o papel é um ser inanimado sempre amigo nosso pois é capaz de aceitar tudo, resta-nos torcer para que tudo o que desejamos se concretize. Ainda que da parte de quem lhes escreve não haja mais o sentimento de esperança, há ainda o fator "surpresa", que pode fazer com que a alegria aos incrédulos como eu retorne, em um típico caso em que a ausência da razão me faça mais feliz do que a quase certeza de uma decepção já aguardada. Enfim, é contar os dias e esperar pelo tão sonhado "milagre", ainda que admita que o Vasco NÃO mereça pelo que (não) fez durante o ano. Excetuando, evidentemente, nossa torcida, essa sim, merecedora só pelo fato de uma parte dela ainda crer em algo de bom vindo dos Alessandro, Cris, Edmílson entre outros mais.

Coerências invertidas

No momento em que o Vasco apresentava em seu fraco time, além do desentrosamento e do (ainda) PÉSSIMO preparo físico, uma notória fragilidade em seu setor defensivo, Dorival Júnior cismou em colocar o time treinado tentando jogar de igual para igual com os adversários, expondo tais deficiências e sendo uma presa fácil para a maioria. Naquele momento, se fechar, jogar como time pequeno e apostar nas bolas certas quando o adversário estivesse desguarnecido teria sido a melhor das opções. Garantiríamos muitos dos precisos pontos perdidos, que no presente momento nos faz tanta falta.

Nesse momento e ao contrário de outrora, o Vasco não possui outra opção senão vencer. Jogar recuado, criar pouquíssimas chances de gol, no entanto, foi a opção de Adílson Batista. O escárnio de darmos somente um chute a gol certo e sem tanto perigo diante de um Corínthians que nada mais quer no campeonato é o retrato fiel dessa escolha inoportuna, assim como já havia sido contra o Grêmio. Como saldo final, somente UM ponto em seis possíveis disputados fora de casa. Para muitos, um ótimo negócio. Para quem contextualizou com o certame, nada mais desesperador, avaliando os próximos confontos e tendo os concorrentes diretos nessa inglória luta ter, em sua maioria, vencido seus últimos jogos.

De certa forma, não culpo totalmente Adílson, pois ainda que reconheça que poderia ter tido a coragem que sobrou em Dorival no momento em que a covardia seria bem-vinda, também encaramos a triste constatação da falta de jogadores de maior qualidade para fazer a criação dessas mesmas jogadas. Embora, no entanto, sua insistência com jogadores que NADA produziram em detrimento de Marlone, por exemplo, a quem sacou e que era a ÚNICA fonte inteligente de vida nesse último confronto seja digno de uma "chamada" bem dada. O que, no entanto também, é outro problema, pois no Vasco da desordem é incrível como não há sequer uma só pessoa que cobre com seriedade por essas más decisões também.

No Vasco do desastroso ano de 2013, fica evidente que certos jogadores de maior qualidade que poderiam contribuir bem mais do que miutos que ainda são escalados parecem não receber mais chances por uma ordem direta partida de cima. É a única explicação cabível, no mesmo Vasco cuja administração prometera transparência um dia, além da já perdida credibilidade e da longínqua competência. Sintomas claros de uma administração que conseguiu a proeza de ressuscitar, em muitos, o desejo de ter o ex-Presidente de volta ao clube.

"Toques finais"

1º) Marlone parece estar realmente se despedindo do clube. Renato Kayser, a maior esperança da base hoje, ao que tudo indica segundo o noticiário veiculado hoje pela manhã, poderá sair em janeiro de 2014. Até quando estaremos tão fragilizados ao ponto de sequer conseguirmos manter um jogador formado por nós no clube?

2º) Parabéns à torcida do Palmeiras, que NÃO comemorou o título da série B de forma entiasmada no último sábado! Recado bem claro ao meu posicionamento de como a torcida do Vasco, para mim, tem que proceder em caso de virmos a disputar essa competição, mais uma vez e infelizmente, em nossa história.

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