A
Copa do Mundo 2014 aqui no Brasil vem revelando-se, além de envolvente,
surpreendente. Parece que a maior competição do planeta levou a sério o ditado
de que “somente peru de Natal morre de véspera”. Para quem casou uma apostinha
nos famosos “bolões” nos resultados mais óbvios possíveis, até aqui, deixou
para trás a oportunidade de angariar algumas cifras nas “zebras que passearam
pelos gramados”, mas que foram muito bem vindas, pois a graça do futebol é
justamente ter a única certeza de que, ao contrário do basquete ou do vôlei por
exemplo, nada é ganho somente no papel.
Logo
de cara, “dança” a atual campeã do mundo. Seleção “modinha”, como venho dizendo
faz tempo. Afora seu bom toque de bola de outrora que a levava a ter a maior posse
de bola perante todas as seleções do mundo, a Espanha conta com atletas na
curva descendente de suas carreiras, além de sérias carências em posições
primordiais, mas que somente são constatadas e sentidas quando a derrota “bate
à porta”.
Como
bem escrevera em meu último texto, uma seleção que não possui um atacante
nascido na Espanha e conta para essa função de goleador do time com um
brasileiro naturalizado que, se na seleção “canarinho” estivesse, poderia ser
no muito um bom reserva, realmente, é para se avaliar sob olhar mais crítico.
Seus dois principais times locais possuem goleadores nascidos fora de seus
domínios e, para finalizar: o “badalado” catalão Pedro – titular da (ex-)Fúria
é somente reserva de nosso principal astro, Neymar.
O que
restaria de bom para os espanhóis seria o bom poderio de armação e dos toques
precisos de Iniesta e Xavi, além da segurança de seu goleiro Casillas. Escrevi
bem: RES-TA-RIA, pois nem com isso os espanhóis puderam contar. Tiago
Alcântara, filho do ex-vascaíno Mazinho e naturalizado espanhol, sequer pôde
vir ao Brasil, e seria com certeza a maior esperança de renovação desse
envelhecido time e, ao que mostrou nos últimos tempos, de futebol decadente.
Igualmente
decepcionante foi o (não) futebol apresentado, mais uma vez, pelo esquadrão
inglês. O time que representa a terra do “chá das seis” confirmou o que muitos
céticos já esperavam: mais uma decepção, em mundiais. A Inglaterra é como
aquela eterna promessa que nunca acontece; é como uma bela musa, que muito se
espera de sua beleza física e visualmente muito linda, mas que não consegue se
transformar em uma boa modelo ou atriz.
Tão
decepcionante como o desempenho inglês é o nível de futebol, até aqui, apresentado
por outras duas que já foram campeãs mundiais. Ao que parece, Itália e Uruguai
irão duelar para saber quem é menos pior. E ainda que adote a terra do formato
da bota como minha terceira pátria por consideração, penso que o Uruguai tem um
ligeiro favoritismo: pelo menos, o que lhe falta em inspiração lhe sobra em
transpiração, além de ter “Luizito” Suarez como desequilíbrio; em relação até mesmo
a Balotelli, a quem considero menos talentoso do que o craque goleador
uruguaio.
Melhor
para a Costa Rica, aliás, a maior prova de o porquê do futebol ser o mais
apaixonante do mundo. Há seis meses, muitos riram quando a bolinha da Costa
Rica caiu, justamente, no mesmo grupo de outras três seleções que já foram
campeãs mundiais. Hoje, quem ri das mesmas ex-campeãs é a equipe da América
Central, e os apostadores outrora taxados como “loucos” que ousaram por à mesa
alguma de suas fichas em favor dos costa-riquenhos. Não só se classificou, como
também é favorita à primeira colocação. Jogará contra os ingleses muito mais
livre, leve e solta do que seu futebol apresentado até aqui, e saberá “de boa”,
após seu confronto, quem saiu vivo entre as duas outras ex-campeãs.
Contudo,
revelação mesmo pelo lado bem positivo, além da surpreendente Costa Rica, é a
equipe da terra da Torre Eiffel – a mais famosa do mundo. O destino quis que a
França se classificasse na “bacia das almas” frente à Ucrânia de Schevchenko em
uma repescagem para vir ao Brasil e desbotar esse belo futebol. Uma equipe sem
grande badalação – não possui mais astros como Thierry Henry e Zinedine Zidane –
porém tem um craque para a posição que falta à Espanha e ao próprio Brasil, por
exemplo. Benzema é o símbolo da superação francesa, pois a mesma equipe faz
essa ótima campanha, até então, sem seu principal jogador, Ribéry, que sequer
veio ao Brasil. Superou-se na repescagem europeia. Superou-se na perda desse
importante jogador.
Agora, se supera em campo com toda a objetividade advinda
dos belos toques de bola que faltaram à sua vizinha geográfica, Espanha. Com
certeza, se há um dos times que hoje eu apostaria que será um semifinalista,
esse time é a França. Sob batuta de Deschamps, ex-jogador e treinador que
começou a despontar ao melhor estilo “mineirinho”, tal como o esquadrão francês
em sua completude.
Independente
do que vier a acontecer daqui por diante, trata-se ao meu juízo já da MAIOR de
TODAS AS COPAS que eu, aos meus trinta e cinco anos de vida, já presenciei! E “como
será o amanhã?!” A própria melodia do grande samba da União da Ilha do
Governador, igualmente, completa à sua própria indagação: “responda quem puder!”…
*****
Deixei
esse tópico de propósito reservado para exaltar ao ótimo treinador Jorge
Sampaoli. O argentino é, sem dúvida, o grande responsável da equipe chilena
sair da condição de “terceira força”, acedendo-a para a equipe que pratica o
mais bonito futebol do seu grupo. Aliás, não surpreendo-me com seu jeito
ousado, marcando sob pressão o tempo inteiro, fazendo uma linha de três homens
e sete mais adiantados se multiplicando entre si para pressionar o adversário o
tempo todo. Quem se lembra da Universidad de Chile que assombrou as Américas,
em 2010-2011, vai se lembrar do estilo Sampaoli de ser desde lá. Não por
coincidência, muitos de seus jogadores já trabalharam junto dele na mesma
equipe chilena: Aranguiz e Vargas, por exemplo. Ambos da dupla Grenal, que se
encarregaram de, com seus gols, mandarem de volta os espanhóis para casa mais
cedo.
Uma
indagação apenas: quanto custa aos cofres dos clubes brasileiros e da própria
CBF para manter aqui no Brasil, em seus times e em sua seleção respectivamente,
esse hall de técnicos desatualizados, ultrapassados ou sem qualidade mesmo, com
muito mais grife do que resultados em campo? E quanto custa Sampaoli para a
Federação Chilena de Futebol? Não sei se daria certo aqui no Brasil ou se a própria
imprensa – corporativista como ela só – aceitaria bem, mas que seria MUITO mais
válido uma aposta sobre esse nome do que os que temos de “melhor” em técnicos
locais, quanto a isso não teria a mínima dúvida…
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Saio
um pouco dos noticiários sobre a Copa e observo nos sites vascaínos:
apresentação de Kléber Gladiador na Colina Histórica; goleiro ex-Benfica que
ninguém conhece contratado e, ao que aparenta, para tomar a condição de
terceiro goleiro de Jordi; Horta confidenciando a jornalista que não virá como
candidato ao pleito que, por sinal, possui muitos indecisos ou à procura de um “mentor”
para a chapa, outros tantos que só concorrerão meio por “questão de honra” e
outras chapas que sequer têm a intenção de lançar candidato, ao passo que o
ÚNICO até então bem definido é justamente o ex-Presidente…
Pergunto-lhes,
com muita sinceridade: que tal uma manifestação vascaína para que essa Copa do Mundo
dure até dezembro?! #EU_APOIO !
@crismariotti