Deputado quer que Governo Federal interceda para diminuir disparidade entre as cotas de TV recebidas pelos clubes
A discussão sobre a disparidade na divisão do dinheiro da TV entre os clubes chegou ao Congresso Nacional. O deputado Vicente Cândido (PT-SP), vice da Federação Paulista e conselheiro do Corinthians, articula para que o Governo Federal atue em busca de mais equilíbrio na distribuição das cotas pagas pela Globo para transmitir os campeonatos.
Ele defende que seja menor a diferença entre o que recebem os mais bem pagos e os demais. O objetivo é evitar que a disputa dos títulos fique concentrada em poucos times. Na Série A, Corinthians e Flamengo são os que ganham mais.
São dois caminhos sugeridos pelo deputado. O mais suave é ter o Ministério do Esporte como mediador de um pacto entre clubes e a Globo (ou outras emissoras que comprem os direitos). Com a ajuda do Governo Federal seria definida uma fórmula de divisão mais equilibrada.
A opção mais difícil de ser viabilizada é tentar aprovar um projeto de lei que defina critérios para a distribuição do dinheiro. “Imagino que até a Globo esteja incomodada com essa distorção. Não interessa para ela ter o Corinthians como único grande de São Paulo, por exemplo. Talvez seja difícil para a Globo fazer essa mudança, e é papel do governo discutir isso. Vamos arbitrar uma solução. O futebol permite o debate entre estatal e privado. A dinâmica da discussão vai dizer se isso deve ser feito por meio de um projeto de lei ou não”, disse Cândido ao blog.
Por sua vez, o Ministério do Esporte não tem uma posição formal sobre o tema. Porém, o secretário nacional de futebol e defesa do consumidor, Toninho Nascimento, admite receio de que dois clubes fiquem muito mais fortes que os demais, como Barcelona e Real Madrid na Espanha.
“Há uma certa preocupação com o risco de ‘espanholização’ do Campeonato Brasileiro. Tenho discutido isso com os clubes. Existem alguns modelos mais equilibrados usados no exterior que poderiam ser adotados aqui. Como o Inglês em que 25% do dinheiro da TV depende da importância do time, 25% do resultado esportivo e 50% são iguais para todos”, afirmou o secretário.
Procurada, a assessoria de imprensa da Globo não respondeu ao blog até a publicação deste post.
Fonte: Blog do Perrone – UOL