Uma goleada de informação!

No recente jogo Fluminense x Vasco, com mando de campo do rival das
Laranjeiras, a TV Globo transmitiu a vitória de nosso clube por 2×1.
Entre diversos episódios, um deles chamou a nossa atenção: o
narrador Luis Roberto, durante o intervalo do jogo, referindo-se à
polêmica do lado da torcida vascaína no Maracanã, minimizou a
questão e disse que, para ele "era um fato superado", dando a
entender que a torcida vascaína deveria se conformar com a perda do
lado historicamente pertencente ao Vasco. Será mesmo algo
"superado"?

Luis Roberto, como locutor de futebol com bastante "estrada" deveria
tomar mais cuidado com suas opiniões pessoais. No mínimo estudar um
pouco o assunto. Não se trata de algo "superado". Jamais será algo
"superado", Sr. Luis Roberto! Estude um pouco de história e verás
que a torcida do Vasco já utilizava aquele lado do estádio desde que
o Maracanã foi construído. Vamos colocar aqui apenas uma das dezenas
de referencias noticiosas da época em que os jornalistas destacavam
o lado onde a torcida do Vasco se posicionava:

Obviamente ainda existe o tão falado direito que o Vasco ganhou por
ter sido campeão de 1950, o primeiro campeonato carioca depois da
inauguração do estádio. Mas isso é a "cereja do bolo", já que é fato
público e notório que a torcida do Vasco SEMPRE se posicionou nesse
lado do estádio
. Como sempre afirmamos para os nossos adversários
tricolores, "tradição não se compra – se conquista". Cremos que eles
não aprenderam isso e jamais aprenderão.

Mas também nos causou preocupação as ações tomadas pela diretoria do
Vasco. Damos os parabéns por terem entrado na justiça, mas
criticamos a forma como foi feita e o "quando" foi feito. Essa ação
já era para ter sido tomada muito antes, ou será que alguém aqui é
ingênuo ao ponto de acreditar que os tricolores não usariam isso
para desmerecer nosso clube e nossa torcida? Ou será que alguém
ainda acha que não há uma luta de anos a fio do clube das
laranjeiras para tentar sobrepujar o Vasco? Eles, tricolores, querem
ser Vasco, fazem de tudo para isso, mas jamais serão
! A diretoria do
Vasco precisa estar atenta a isso e não pode vacilar e nem perder
tempo
. Sabemos que há muitos problemas no clube para serem
superados, mas não temos o luxo do tempo para essa questão.

Nosso amigo e colunista do Webvasco, Marcos Simonini, que é advogado
e especialista em contratos com estatais, já alertava há semanas
atrás: O contrato da Concessionária Maracanã é claro sobre os
direitos pretéritos à reforma do estádio. Segue trecho de seu
artigo:

"(…) a concessionária se obriga a cumprir a seguinte disposição
contida na cláusula 9, item 9.1, inciso XIV: "XIV. respeitar os
compromissos pendentes (incluindo-se usuários de camarotes e
cadeiras perpétuas) resultantes dos contratos em vigor com relação
ao Complexo, nos termos da lista constante do Anexo 12, em
especial o Instrumento de Composição celebrado com a Companhia
Estadual de Águas e Esgoto – CEDAE, no dia 12 de dezembro de 2007,
sem prejuízo do direito de exercer as prerrogativas atribuídas à
SUDERJ no âmbito de tal relação jurídica"

 Ora, o arbitral ou figura jurídica que o valeu naquela época
(1950) vinculou os clubes, a FERJ e o Estado do RJ (Suderj).
Assim, o Fluminense até pode contratar ficar no lado Sul, mas
quando o jogo for contra o Vasco, independentemente de mando de
campo, o lado Sul é do Time Cruzmaltino, por dever contratual –
(obrigação disposta em cláusula do contrato de concessão) – de
respeito aos compromissos firmados.

 

A concessionária recebe o estádio para revitalização e gestão
no estado em que se encontra, com ônus e bônus, e, como
delegatária, não tem o poder de inovar o que foi convencionado no
passado com livre anuência dos clubes, Federação e Suderj.

 

Ademais, não havendo disposição legal, em contrário, e
havendo uma cláusula expressa de respeito aos compromissos
pendentes é plenamente defensável a tese do direito do Vasco ter
para sua torcida o lado sul do Maracanã. E não é apenas tradição,
costume (que aliás é fonte do Direito), mas sim uma Convenção na
qual TODOS OS CLUBES, FERJ e SUDERJ tiveram parte lá nos idos de
1949/1950.

 
Legítimo é, pois, o pleito do Vasco da Gama, de fazer valer o
seu direito ao lado sul do Maracanã.

http://globoesporte.globo.com/platb/memoriaec/2013/07/19/a-historia-dos-lados-das-torcidas-no-maracana/ 
"

Portanto, seja pelo lado jurídico, seja pelo lado da tradição, é
óbvio que o Vasco e sua torcida possuem direito sobre o lado direito
do Maracanã. Ignorar isso e opinar que isso é coisa do passado nos
levam a pensar que há algo muito estranho na declaração do Sr. Luis
Roberto. Não é possível crer que um jornalista bem informado como
ele não saiba disso e não tenha tomado conhecimento dessa questão,
até porque é obrigatório aos narradores esportivos "estudar" sobre o
jogo antes da transmissão. Como então entender essa declaração do
Sr. Luis Roberto?

Também nos chamou a atenção o que Juninho Pernambucano, ídolo da
torcida vascaína, fez após essa declaração do Luis Roberto. Ou
melhor, "não fez". Nosso Reizinho não tomou partido nessa
questão, o que é muito estranho, pois jogando com a camisa do Vasco,
em julho de 2013, no dia em que a torcida do fluminense ocupou pela
primeira vez o lado direito do Maracanã e fez o mosaico "É o
destino", ele fez um gol e foi em direção à torcida do Fluminense e
apontando para lá, disse "Esse lado aqui é nosso!".
http://www.lancenet.com.br/minuto/Juninho-Pernambucano-brilha-Vasco-Flu_0_959904137.html

O que mudou em Juninho de julho de 2013 a julho de 2015?

Por que nosso ídolo, depois que se tornou comentarista da Globo, deixou
de defender o Vasco com a mesma veemência que tinha? Será que ele
está se adequando a um suposto "padrão Globo"? Será que ele assumiu
quem de fato é? Será que ele ainda é o mesmo Juninho de antes, mas
foi picado pela "mosca azul"? Será que sua briga com Eurico Miranda
está influenciando ele nos seus posicionamentos e atitudes? O que, afinal, está
acontecendo com nosso Reizinho?

Não sabemos. Fato é que continuamos a ver ele como um ídolo, por tudo que ele representou para nós, vascaínos. Entretanto, vemos com preocupação outro fato: Juninho Pernambucano já não é mais uma unanimidade entre
a torcida vascaína, o que nos deixa muito apreensivos, pois ele
é um dos poucos jogadores que são top de linha tanto dentro
quanto fora dos gramados e isso é raro. Esperamos e torcemos para que nosso Reizinho entenda seu papel como ídolo vascaíno e tome atitudes condizentes com esse papel. Não é necessário brigar com a Globo. Basta falar a verdade e
defender o Vasco quando alguém falar alguma inverdade ou dar sua opinião como vascaíno e a favor do Vasco, assim como o Sr.
Luis Roberto fez contra o Vasco. E entender que a instituição Vasco é uma coisa e quem está administrando é outra.

Finalizando, saiu nas mídias esportivas um suposto "anexo" ao
contrato entre Consórcio Maracanã e Fluminense (
http://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/noticia/2015/07/flu-apresenta-anexo-sobre-o-lado-direito-e-garante-estamos-tranquilos.html
). Não vamos nos ater a especificidades legais na confecção de
contratos, mas temos agora algo que foge totalmente ao bom senso.
Alguém está mentindo nessa história. Se o ex-diretor do Fluminense,
Jackson Vasconcelos, afirma que não havia nada até 2014, como então
apareceu um documento datado de 2013? E se houve uma assinatura
pós-contrato, não poderia ser um "anexo" e sim um aditivo
contratual! Aí então, por que não foram qualificados os
representantes das partes que assinaram? Há mais perguntas do que respostas,
mas a que precisa ser respondida primeiro é: Esse documento é autêntico e foi produzido na mesma época da assinatura do contrato entre Fluminense e Consórcio? E se for, não estaria
ferindo o contrato entre Concessionária e Estado do Rio de Janeiro?

O Setor Jurídico do Vasco agora terá bastante trabalho pela frente,
mas esse suposto documento divulgado pelo Fluminense dá muito
material jurídico. Agora é esperar para saber como terminará essa
história.

Aos nossos adversários tricolores, repetimos: "Tradição não se
compra! Se conquista!". Nossa Cruz de Cristo não está estampada em
nosso peito, na altura do coração, à toa! Ela representa uma
tradição que foi conquistada por décadas de lutas contra o
preconceito que Fluminense e Flamengo tiveram contra nosso clube,
principalmente por apoiarmos a inclusão social de negros, mestiços e pobres,
atitude abominável para aqueles clubes da elite carioca no início do século XX. Nos
parece que eles ainda insistem em tentar ofender nosso orgulho, mas,
como sempre, teremos batalhas duras pela frente, mas a vitória final
inevitavelmente será nossa… É O DESTINO!

Equipe Webvasco

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