Em sua postagem em nosso fórum para debates, o companheiro vascaíno Sérgio Lima escreveu um texto iniciando-o com a seguinte indagação: "Você acha que se o Vasco participasse de um Mundial de Clubes com esse time haveria alguma chance de vencer?". Como bom vascaíno que somos, evidentemente e segundo o próprio companheiro cita na continuidade de sua escrita, responderíamos que não, mas que torceríamos ao máximo para que o sonho se tornasse possível. Com brilhantismo, ele finaliza de forma perfeita, afirmando que isso, verdadeiramente, é o que nos resta: TORCER MUITO! E nada mais…
Este fragmento serve como reflexão àquilo que constatamos, nesse momento, como dura realidade: o Vasco teve o ANO INTEIRO para verificar e constatar que esse time passaria por sérios apuros durante o certame principal de nosso país. E isso desde a Taça Guanabara, em que era evidente a dificuldade que tinha para vencer às equipes de menor investimento, e por semelhante dificuldade passamos durante a Taça Rio. Tal como o Palmeiras que venceu a Copa do Brasil em 2012, nem tivemos a oportunidade de nos iludir com um título e colocar, a exemplo do alviverde do Palestra Itália, culpa nessa ilusão pela falta de percepção do óbvio, pois perdemos a Taça Guanabara e da mesma forma COVARDE tal como perdemos muitas partidas nesse ano, aliado à notória falta de qualidade, já sabida de todos nós.
Ao Vasco, após trinta e uma rodadas na esperança de se obter uma sequencia de vitórias para se desgarrar, de vez, da zona do rebaixamento e respirar, ao menos, mais tranquilo nesse fim de ano, não resta outra alternativa do que fazer uma campanha de campeão nesses últimos sete jogos. Pular de um PÍFIO aproveitameno de aproximadamente um ponto por jogo para dois, o que nos garantiria quatorze pontos que, somados aos trinta e três, dariam um score final de quarenta e sete pontos, ao meu ver suficiente para ficar na primeira divisão. Sabemos que o papel aceita tudo que escrevermos: o problema é pôr em prática. O time é limitadíssimo, os goleiros contrariam a lógica da Matemática em que três vezes um consegue dar ZERO. Vide o seu constante rodízio nessa posição.
Contudo e se esse fosse nosso único problema, mas não: quando não são os goleiros que falham, é o setor defensivo através de um jogador fraco ou tão IRRESPONSÁVEL como Sr. Wendel que deu, literalmente, as costas para o adversário e de forma passiva viu-se driblado e nem esboçou uma reação para evitar que o mesmo chutasse ao gol para empatar a peleja do último domingo. Quando não é o setor defensivo que falha e nem os goleiros, era o técnico Dorival Júnior que escalava mal, enxergava mal o jogo e substituía pior ainda. Quando parecia que o Vasco, ao final do primeiro turno, podia engatar uma sequência de bons resultados e aliado às "loucuras" de Dorival Júnior, foram as promessas (mais uma vez!) não cumpridas de quitação dos salários a "nova-velha" desculpa para a sequência desastrosa de resultados nesse início de segundo turno.
Nesse momento e diante da inconstância citada outrora, como esperar de uma diretoria o suporte necessário para resguardar e dar ânimo a um time desacreditado, e como esperar que esse mesmo time, agora tendo ao seu comando um novo técnico, o ânimo e a constância necessários para fazer campanha de campeão nessas últimas sete rodadas que definirão um próximo ano inteiro? Logo um time que, nas mãos do ex-técnico, é capaz de quase suar sangue para empatar uma partida diante dos reservas do mesmo Botafogo, cujos seus titulares são capazes de perder e ainda "tomar um baile" de quatro para o arquirrival? O mesmo time que não consegue vencer o fraco Criciúma e sequer sustentar uma vitória diante de outro fraco Ponte Preta, mesmo com um jogador a mais em campo durante a maior parte do tempo! Pois é: é esse o time no qual nos resta TORCER somente para que faça, ao final, o que não conseguiu fazer o ano inteiro.
A troca de comando
Dorival Júnior contava com minha admiração como profissional. Em sua passagem anterior pelo Vasco, fez uma bela campanha durante aquele ano de 2009, em todos os campeonatos disputados. Possuía como suporte um diretor executivo que "blindava" seu trabalho, dando-lhe e ao grupo tranquilidade. Subimos com ele à Primeira Divisão e, a partir daí, um trabalho em que julgava na época que mereceria uma continuidade fora interrompido. Essas razões já o credenciavam, pelo menos para mim, a um novo ciclo, dessa vez ainda mais vitorioso à frente do clube.
No entanto, errou em demasia, se perdeu demais e de forma equivocada nas escalações, não manteve constância, priomoveu um rodízio de jogadores, ao ponto de sequer sabermos quem podia ser considerado titular sob seu comando. Colocava em campo, muitas vezes, um time em que os melhores ficavam no banco de reservas. Em sã consciência e tirando sua última escalação como exemplo, não tem como imaginar uma escalação em que Fagner, Soutto e Willie sejam reservas para Nei, Wendel e Reginaldo, respectivamente. Não significa que os problemas serão resolvidos em sua totalidade com sua simples saída, muito longe disso. Apenas uma tentativa de se criar um fato novo, mesmo que venha com atraso de, pelo menos, seis rodadas.
Adílson Batista, em princípio, não seria meu escolhido. Começou bem sua carreira como técnico, salvou o Figueirense, em 2005, do rebaixamento, justamente com uma campanha ao final parecida com o que precisamos dele nesse presente momento (Fonte: http://www.futebolnacional.com.br/infobol/retrospectteam.jsp?code=2708&team=743 ). Ainda assim, só foi possível tal façanha graças a um inspirado Edmundo como o número dez de seu time. Teve uma bela passagem pelo Cruzeiro e creio que se não fosse a perda do título da Libertadores em pleno Mineirão em 2009, sua carreira poderia tomar um viés crescente, ao contrário da queda em que se encontra e vê, no Vasco, mais uma chance de retomar seu rumo profissional.
E por essas razões, há esperança de um "casamento" entre duas partes necessitadas com final feliz para ambas. Mesmo contra todas as dificuldades, inclusive, as de superar seus próprios momentos e suas próprias limitações. Não há o que inventar e, contrariando à sua fama adquirida de "Professor Pardal", basta escalar o óbvio e à eles dar prosseguimento no time que já vai representar um avanço sobre o que Dorival Júnior, infelizmente, não conseguiu fazer.
Medidas de choque
Em certa ocasião, eu explanei a necessidade de haver um "choque de ordem" e a retirada do plantel de jogadores que demonstravam desinteresse ou deficiência técnica para prosseguir, junto com o grupo, nessa empreitada de tirar o Vasco da zona do rebaixamento, a exemplo do que fizera Cuca no Fluminense em 2009. Mesmo porque é MUITO melhor se trabalhar com um elenco "enxuto" em momentos complicados, tal como agora, em que precisamos o menos possível de vias errôneas para não desviar o foco de formar um time para um "mini-campeonato" que disputamos.
Nesse momento, apenas repito que jogadores como Michel Alves, Nei, Sandro Silva, Wendel, Francismar e Reginaldo (entre outros que poderiam sair por falta de qualidade, mas que são necessários para compor) não deveriam seguir com o grupo até o final. Outro como Tenório, já afastado por lesão, pode assim continuar. O espaço deve ser para quem está com vontade e já demonstrou mais qualidade do que os citados. Contar com Fagner, Jomar, Juninho, Marlone, Willie e André ou Thalles como uma base para uma tentativa de "arrancada" final. À exceção de Juninho, não são craques, mas ao menos contam com uma parcela maior de confiança vindo da torcida, essa sim, exercendo seu devido papel, na tentativa de um "gás final".
Da série "Perguntar não ofende"
– Se alguém já tomou ciência no futebol brasileiro algum caso de "efeito suspensivo parcial", por favor, compartilhem conosco. Confesso-lhes que, para mim, é inédita essa decisão do TJD em relação ao caso Juninho. Mas a pergunta é: será que se fosse em clubes como Corínthians, São Paulo ou Flamengo esse tratamento seria igual?
– O Vasco passou um ano inteiro com três goleiros deficientes sob o ponto de vista técnico, mas Carlos Germano bancou Diogo Silva e os demais, dizendo que o Vasco não precisaria de mais goleiros. Até quando Carlos Germano estará imune das cobranças internas sob seu trabalho por, assim como o Presidente, usufruir de seu status de ex-ídolo da torcida?
– A preparação física do Vasco há tempos não vem bem. Com a saída de Dorival Júnior e seu grupo, por que não contratar um profissional de qualidade como Ronaldo Torres, atualmente desempregado?
– O Vasco em péssima fase e jogando com uma equipe desfigurada é capaz de colocar no Maracanã mais de trinta e seis mil pessoas. Botafogo (no último sábado), disputando uma vaga na Copa Libertadores em 2014, põe pouco mais do que seis mil pagantes. Por que não usar essa força do clube como barganha para firmar um contrato, mesmo de forma tardia, oferendo ao consórcio um pacote de jogos e diluindo o "lucro" de pouco mais de QUATRO MIL REAIS oriundos dessa nossa última partida, no mesmo estádio?
– Sob a esfera política: alguém crê que esse comitê de sindicãncia para apurar o suposto caso de "mensalões" no Vasco irá dar em alguma coisa? E o pior: nesse cenário, alguém crê que o resultado das próximas eleições, seja qual for, não irá parar na Justiça, mais uma vez?
– O que será de nosso futuro em 2014? Ou ficaremos, mais um ano,"à espera de um milagre" para salvar o clube?