A opinião do Professor/a.

Após o massacre de Heysel (maio de 85), os clubes ingleses ficaram 5 anos fora das competições européias, o Liverpool ficou 6 anos, porque foram os seus hooligans que causaram a tragédia na Bélgica. Na Eurocopa, de 1988, disputada na Alemanda, os Hooligans voltaram a aterrorizar o Velho Continente. Em 1989 aconteceu o Desastre de Hillsborough (http://pt.wikipedia.org/wiki/Desastre_de_Hillsborough), novamente envolvendo os torcedores do Liverpool (Reds), onde 96 pessoas, todos do Liverpool morreram tragicamente, muitos deles esmagados, devido à superlotação do Setor onde estavam. A Polícia Inglesa produziu o Relatório Taylor, com uma série de recomendações de segurança. Foi o começo do afastamento dos hooligans dos estádios.

Logo depois foi criada a Premier League e praticamente todos estádios de clubes profissionais foram reformados para atender as exigências do tal relatório e da FA. Com o sucesso da Premier League e a volta dos ingleses às competições européias, os clubes abriram seus programas de sócios (official supporters). Hoje, na Inglaterra, na Espanha, em Portugal e na França os estádios estão praticamente lotados de SÓCIOS.

Ter apenas Sócios nos Estádios é a solução para o problema da violência que afasta as famílias e pessoas de bem, porque hooligans não se associam, não fazem cadastro e não dão endereço, nem querem ter carteira com foto.

Se queremos um salto de qualidade no Futebol Brasileiro, modernização e profissionalização, a solução passa pela criação das Ligas das Séries A e B, com gestão própria e controlada pelos Clubes, de maneira independente da CBF, que cuidará exclusivamente da Seleção e suas categorias, como também das Séries C e D, devidamente regionalizadas. É preciso também tratar da reforma da Lei Pelé, e das leis tributárias e do trabalho (jogador de futebol não é um assalariado como outro qualquer), e ainda atribuir responsabilidade legal (Civil e Penal) aos dirigentes que pratiquem gestão temerária e conduzam o clube com gastos excessivos, orçamentos estourados e balanços incorretos.

Também é necessário rever os critérios de pagamento de direitos de imagens e as cotas de TV, que devem seguir os moldes da Premier League, feitas as devidas adaptações à realidade econômica brasileira. Se forem consideradas essas mudanças no contexto do Futebol profissionalizado que se quer adotar no Brasil, o que foi dito acima já é um bom começo, mas se não for, os nossos campeonatos seguirão ladeira abaixo e em nossos estádios teremos testemunhas apenas, e a nossa Seleção ocupará o lugar que antes era do Uruguai.

O Brasil é muito grande para ter um “Real Corinthians e um “FlaCelona”.

Os clubes precisam aprender a fazer receitas outras e a diminuir drasticamente a dependência das cotas da TV. Entenda-se: Profissionalização com metas e Estatutos de acordo com a realidade econômica do Futebol Negócio, que estamos a viver.

Mas nada disso dará certo se não for revisto o Calendário Nacional, se não for reduzido o número de jogos, se não for valorizado o jogador de futebol como artista do espetáculo, se não forem revistos os campeonatos e os preços dos ingressos (que estão num patamar inaceitável para a nossa realidade econômica), e se os nossos clubes continuarem impedidos, por este mesmo calendário, de voltar a excursionar no Exterior e assim poderem divulgar e trabalhar suas marcas internacionalmentem, como já fazem os europeus. 

As excursões não são importantes apenas pelo lado econômico das marcas, mas também pelo intercâmbio saudável que acontece e permite a troca de experiências e o amadurecimentos de Técnicos e jogadores, afinal toda viagem a trabalho proporciona engrandecimento e com jogadores e Comissões Técnicas não é diferente. Essa troca de experiência é muito saudável e importante na transição do estilo de jogo que temos aqui (ultrapassado), para o que se pratica lá na Europa, que alia técnica e tática gerando eficiência e alto rendimento.      

Sobre a  Copa Libertadores? Bem, a Conmebol vai precisar viajar 50 anos na velocidade da Luz para alcançar a postura profissional da UEFA, que é um verdadeiro Órgão Regulador. Patrocinadores podem dar o impulso necessário para a amadora Conmebol sair da inércia, e dar à principal competição da América do Sul ao menos 50% do que a Champions League proporciona de recursos financeiros e benefícios às marcas dos clubes competidores.

Voltando a falar do Futebol Negócio, de hoje, tente ver um jogo decisivo do Internacional, do Grêmio ou do Boca! Tente ver uma partida do Manchester United ou do Chelsea! Ou ainda do Fc Porto! Tente ver um jogo qualquer do Barcelona. A Reposta é: Não vai conseguir! (Para todos os clubes citados). É que os sócios compram todos os ingressos e ocupam todos os lugares. Aí está a solução para acabar com a violência nos Estádios. A alegação plausível é a de que os sócios, pelo próprio programa associativo, têm direito de preferência da compra dos ingressos. No caso do Vasco, a partir do momento que o programa de sócios tiver mais de 50 mil adimplentes, nada justifica não dar a eles o justo direito de lotar São Januário. Afinal, são eles que mantém o Clube!

Enquanto políticos ocuparem cargos estratégicos nos clubes e nas federações, na CBF, na Conmebol, não haverá desenvolvimento.

No nosso caso, o cargo de presidente do CRVG é incompatível com a pessoa que detém cargo eletivo, porque ele sempre tomará decisões que preservem sua imagem pública, que lhe dê votos, que lhe permita permanecer no exercício do seu cargo eletivo por sucessivos mandatos, com os benefícios decorrentes. O perfil mais adequado é a de um Executivo ou mesmo Advogado, Empresário, ou um Economista, que podem fazer política, mas que têm formação mais técnica e visão empreendedora, que darão suporte e também as metas devidas a serem cumpridas pelo Diretor Executivo do Futebol e ao Gestor Profissional e Administrativo, o CEO.

Sou a favor de mandato limitado a uma única reeleição, e vedação ao cargo de presidente do CRVG para pessoas com cargo eletivo. Não podendo sequer candidatar-se, nem que alegue que não concorrerá a outro mandato eletivo no ano seguinte ao das eleições no CRVG. Sou contra políticos serem presidentes de clubes e federações, porque é impossível disssociar a pessoa do Dirigente da do Homem Público.

Sou a favor de eleições diretas para presidente do CRVG, teto de remuneração para diretores profissionais, mediante definição e aprovação do Conselho Deliberativo, com aval prévio do Conselho Fiscal, sobre se há disponibilidade orçamentária, para evitar atitudes perdulárias em nome do palanque eleitoral. E que essas regras sejam verdadeiras “cláusulas pétreas” do Estatuto Social.

Gostaria de contar com comentários de pessoas como vocês, que querem o bem do Vasco acima de tudo e de interesses pessoais. Qual o Vasco que queremos?

Marcus Simonini Ferreira
Editor do Blog Incondicionalmente Vasco! http://incondicionalmentevasco.wordpress.com/
Sócio Proprietário do CRVG, desde 1984.



 

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