Amigos Vascaínos,
Hoje é um dia especial!
Em 12 de agosto de 1923 o Vasco conquistava de forma antecipada seu 1º título Carioca ao vencer por 3×2 o São Cristóvão (ainda faria um último jogo no dia 19 empatando com o Bangú em 2×2, já em clima de festa). Esse título ficaria marcado não apenas por ser o 1º, mas também pelo evento histórico em que o Vasco preferiu manter seus atletas mestiços e pobres no clube do que ter que abandoná-los para se manter na elite do futebol carioca, como queriam Flamengo, Fluminense e Botafogo.
Sim! No ano seguinte, o Vasco e sua torcida já eram ironizados pelos seus adversários como “inimigo público nº 1”, porque sua torcida, além de mais numerosa, também era composta de todas as classes sociais e tons de pele. Com um timaço difícil de ser derrotado nas 4 linhas, restou aos adversários criar a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Athléticos), já que não conseguiram expulsar o Vasco pela Liga Metropolitana (que realizara o campeonato de 1923).
Com isso, enviaram uma carta ao Vasco informando que o clube deveria excluir doze de seus jogadores (todos negros e operários). Caso contrário, não poderia participar da nova liga recém-criada.
José Augusto Prestes, presidente do Vasco, respondeu à altura das tradições de respeito e igualdade em que o Vasco seria reconhecido como pioneiro no futebol: “Estamos certos de que Vossa Excelência será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923 (…) Nestes termos, sentimos ter de comunicar a Vossa Excelência que desistimos de fazer parte da AMEA“.
Honra e caráter! Se pudéssemos resumir toda a carta histórica assinada por José Augusto Prestes e sua administração, seriam estas duas palavras as mais adequadas! Esse é o verdadeiro Espírito Vascaíno, onde todos são iguais perante Deus, não importando sua condição social, sua cor de pele ou sua religião.
“…a quem honra, honra.” Romanos 13:7
Avante Gigante! Avante Camisas Negras! Isto aqui é Vasco!
Segue abaixo a campanha da vitória de 1923:
1º TURNO
Vasco 1 x 1 Andaraí (15/4/1923 – Estádio da Rua Gal Severiano)
Vasco 3 x 1 Botafogo (22/4/1923 – Estádio da Rua Gal Severiano)
Vasco 3 x 1 Flamengo (29/4/1923 – Estádio da Rua Paysandu)
Vasco 1 x 0 América (13/5/1923 – Estádio da Rua Campos Sales)
Vasco 1 x 0 Fluminense (20/5/1923 – Estádio da Rua das Laranjeiras)
Vasco 3 x 2 Bangu (3/6/1923 – Estádio da Rua das Laranjeiras)
Vasco 3 x 2 São Cristóvão (10/6/1923 – Estádio da Rua Figueira de Mello)
2º TURNO
Vasco 3 x 1 Andaraí (24/6/1923 – Estádio da Rua Barão de São Francisco Filho)
Vasco 3 x 2 Botafogo (1/7/1923 – Estádio da Rua das Laranjeiras)
Vasco 2 x 3 Flamengo (8/7/1923 – Estádio da Rua das Laranjeiras)
Vasco 2 x 1 América (22/7/1923 – Estádio da Rua das Laranjeiras)
Vasco 2 x 1 Fluminense (29/7/1923 – Estádio da Rua das Laranjeiras)
Vasco 3 x 2 São Cristóvão (12/8/1923 – Estádio da Rua Gal Severiano)
Vasco 2 x 2 Bangu (19/8/1923 – Estádio da Rua Ferrer)
JOGADORES DO VASCO
Nélson, Leitão e Claudio/Mingote; Nicolino, Claudionor e Artur; Pascoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito.
CAMPANHA
14 Jogos
12 Vitórias (incluindo o jogo de 15/4, pois o Andaraí jogou irregular)
1 Empate
1 Derrota
32 gols a favor
19 gols contra
ARTILHEIROS DO CAMPEONATO
8 Gols: Arlindo e Cecy, ambos do Vasco