É de se emocionar com esse belo texto que compartilho com vocês! Traz o alerta para o destino que nós daremos ao Vasco, nas urnas!
O Vascaíno precisa de muito juízo, bom senso e racionalidade ou daqui há 20 anos o Gigante poderá estar morto ou enterrado vivo na série B do Carioca, da FERJ, como o América está!
Estou muito preocupado e assustado com a resignação dos Vascaínos. Parecemos sem alma, sem alma vascaína!
Os associados e torcedores do Vasco não sabem nem imaginam que estamos nadando numa praia rasa infestada de tubarões (FERJ, CBF, Globo, flamengo, Corinthians, Fazenda Nacional). Se não se mudar o rumo do Club agora nessas eleições e se retrocedermos o colunista terá toda razão! O VASCO QUE UM DIA CONHECEMOS SERÁ DESTRUÍDO! Só restarão memórias, carteiras antigas, posters desbotados de títulos há tempos conquistados. E o pior! Filhos tricolores ou flamenguistas! Todos ligados na Globo!
Leiam até o fim, e reflitam, pois são importantes os depoimentos dos funcionários do CRVG ao colunista. Leiam se amam o Vasco e se importam com ele!
Saudações Vascaínas!
#reagevasco
Marcus Simonini Ferreira
blog Incondicionalmente Vasco!
Foi de propósito que deixei para escrever no fim da tarde. Ontem eu programei um passeio com minha esposa. Após descobrir as carteiras de sócio do avô e do pai, datadas de 1946 e 1951, ela decidiu ir a São Januário pleitear o título de sócia proprietária, pois quer entrar de cabeça no clube. Pelo que eu conheço, de cabeça, metendo o pé na porta e sapecando um esporro em quem estiver lá dentro, escorada em seu 1,65m de altura e no fato de ter quatro gerações de vascaínos na família – avós, pais, ela e nossas filhas.
Após um tour do Leblon a São Januário, com baldeação em Copa para pegar o 473, chegamos ao estádio e esta coluna começou a nascer com todos os absurdos que vou relatar a partir de agora. A começar pelo que posso chamar de falta de comando central. Ao descermos do ônibus, entramos direto na sala dedicada ao programa de sócios. Cadeiras, mesas, computadores, um cenário maravilhoso e… uma única funcionária para atender. Que, lógico, olhou as carteiras – de couro, com o escudo vascaíno em fio de ouro… – e nos mandou direto para a secretaria do clube, já que ela não tinha a menor noção do que fazer conosco.
Entrar em São Januário foi fácil. Nem precisou mostrar a carteira de sócio – a minha ficara em Brasília, por um motivo que mais tarde eu explico. Bastou falar que queria transferir um título e o porteiro, solícito, nos indicou a secretaria. Lá, fomos bem atendidos. Talvez pelo encantamento que as quatro carteiras de sócio causaram no povo, mas também pelo bom preparo que a maioria demonstrava ali – e eis um tesouro que vem sendo maltratado no clube: o quadro de funcionários.
A orientação foi clara e rápida. Enquanto Andreia, minha esposa, acertava os ponteiros com os títulos, que eram remidos e vão deixar de ser, para que ela assuma o do pai, eu comecei a zanzar por São Januário. No campo, às 14h30, Michel Alves se exercitava. Primeiro escândalo do dia. Sem clube interessado e com contrato em vigor, o Vasco manda a campo um preparador para bater bola com um dos piores goleiros do time de todos os tempos, em um horário desumano. Custo em dobro, falta de gestão, tudo errado…
Olhar a marquise da social dá pena. Sinais de infiltração, pintura descascada… Traços típicos da falta de cuidado. Nem vou falar do Parque Aquático. A cerca metálica interditando aquela área grita de como o clube está largado. Talvez a única coisa bem cuidada ali seja a loja do Vasco – mesmo assim, faltam camisas para crianças de dois a seis anos, o que me forçou comprar uma oficial de oito anos para um guri de três, parente da Andreia e morador do Ceará.
Mas o que me enfureceu mesmo foi puxar conversa e escutar coisas que embrulham o estômago de qualquer um…
Exemplos?
“Seu Eurico não era bom para o Vasco, mas na época dele nunca tive salário atrasado. Agora, passo fome. Preciso pedir ajuda a sócio. Uns dão cesta básica, outros um dinheiro. Um jornalista me ajuda. Me sinto um pedinte”. Frases ditas por um funcionário.
“A base do Vasco está largada. Se o senhor for a Itaguaí vai sair chocado. Puseram o Sorato lá de bucha. Ele não entende nada. Mauro Galvão é outro. Fica lá, cada dia mais magro, sentado… Eles não têm o que fazer. A base é toda de empresário”. Informação de outro funcionário…
“O próximo da base que o Vasco vai perder é o Gabriel Félix. Baita goleiro, mas está insatisfeito. Outro que vai pular fora é um lateral. O Cruzeiro já ofereceu R$ 5 mil. Ele ganha R$ 3 mil e recebe sempre com dois meses de atraso. O Jhon Clay é uma porcaria, não joga nada, e tem cartaz porque o pai faz barulho. Mas gente boa vai sair e o Vasco vai ficar vendo”… Um terceiro funcionário.
“A base não tem nada. Os garotos estão na mão destes tubarões dos empresários. O clube não dá nem suporte psicológico. Recentemente, tivemos o Daniel, conhecido como D9. Jogava bola, mas o clube não dava suporte. Engravidou uma menina, bateu em outra, meteu-se com drogas. Está afundado. E o Vasco não soube impedir isso”. Um dos funcionários acima.
“O Colégio de Itaguaí é uma vergonha. O daqui praticamente acabou. O Vasco não forma mais nem uma cidadão”. De novo, frase de um funcionário.
“Chefia, é isso mesmo. Sou taxista, moro perto e volta e meia faço umas corridas no clube. O Roberto não sabe de nada. Outro dia, estava com o Jonathas Paulista, volante da base, que tinha quebrado um dedo e estava saindo para uma corrida. O Roberto parou, falou comigo e, de repente, olhou para o garoto e perguntou: ‘você joga no Vasco, não é?’. Como é que o presidente não sabe que um dos caras mais importantes da base está lesionado?”, questionou-me o taxista, no caminho de volta para casa.
O Vasco não pode ser administrado assim. Precisamos salvar o clube dos amadores e dos oportunistas. Precisamos de ter alguém que ame o Vasco e que sirva a ele, não que tente se servir dele. Precisamos de um novo Antônio da Silva Campos o presidente que, em 1923, meteu a mão no próprio bolso para dar ao Vasco o título de campeão carioca da primeira divisão, no primeiro ano entre os grandes. Gastou tanto que ficou pobre e teve de vender a Casa Campos, que era seu sustento, e se tornar empregado do irmão Raul – presidente que construiu e inaugurou São Januário. Seu Antônio era sempre visto no estádio, chorando nas vitórias e se lamentando por não ter mais dinheiro para fazer o Vasco ainda mais poderoso e campeão.
Precisamos de gente assim: com ideias, ação e devoção ao Vasco. Por isso, lanço uma campanha: PROCURA-SE ALGUÉM QUE AME O VASCO.
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Na última coluna, falei da suposta aliança entre Roberto e Eurico. Eis que, na terça-feira, uma manobra costurada pelos dois na reunião do Conselho Deliberativo deu a Roberto mais 60 dias para ajustar as contas de 2012 (isso mesmo, 2012…). Me parece cada vez mais claro que não farão nada para impedir que os 1.700 associados em um único dia exerçam um direito de voto que levará o Vasco ao caos.
Vou avisar de novo: um acordo que permita a volta do Eurico com o voto de 1.700 ETs associados em um único dia destrói o Vasco.
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Olhando as matrículas nas carteiras de sócio do pai e do avô de minha mulher, constatei que, entre 1946 e 1951, época do auge do Expresso da Vitória, dez mil pessoas se associaram ao clube. Fazendo uma conta simples, 2 mil por ano, menos de três por dia. Como a população daquela época era quase um terço da atual, seria factível pensar que nove associações por dia é um número normal hoje. Com uma campanha de sócio, vamos elevar para o dobro, 18. Arredondemos para 20. Ok. Ainda assim, a diferença é abissal perto de 1.700 sócios assinarem ficha em um único dia….
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Religiosamente aos domingos e quartas, quando o jogo do Vasco passava na Globo, bastava esperar o apito final que o telefone tocava na minha casa. Era minha mãe, comentando o jogo. Assistia a todas as partidas em TV aberta, comemorava títulos, comentava tudo. Não entendia muito de futebol, era mais torcedora. Só não era vascaína, mas botafoguense – e acho que nunca assistiu a um jogo do alvinegro da estrela solitária. O negócio dela era monitorar como andavam as emoções dos vascaínos da família – primeiro, meu pai, pé sempre gelado, suando ao lado do radinho; depois, eu, fanático por estádio.
Há dois anos, os telefonemas pararam. O Alzheimer foi tirando dela a capacidade de assistir a um jogo. Mais que isso: fizeram ela esquecer do falecido marido, da ligação dele com o Vasco e, por último, do filho – este que vos escreve. Por fim, a doença tirou dela o brilho no olhar, a saúde e, no último dia 10, a vida, motivo pelo qual tive de vir ao Rio: dar o último adeus à minha mãe, aos 85 anos. Por isso, esqueci a carteira do Vasco em casa. Acho que é um motivo justo, dado o estado emocional que me encontro desde a manhã de segunda.
Mas a vida continua. Vamos em frente.
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Por fim: #fechadocomotinga.
FONTE: http://www.panoramavascaino.com.br/procura-se-alguem-que-ame-o-vasco/